Refutação a Economia Baseada em Recursos – Parte 1

Publicado: outubro 28, 2013 em Zeitgeist

A suposta crise do livre mercado

Neste trabalho venho a analisar e refutar a teoria da Economia Baseada em Recursos teorizado pelo escritor Jacques Fresco. Este conceito vem sendo divulgado e defendido através da internet, no geral, por pessoas que entendem pouco ou praticamente nada de ciências econômicas. Segundo o autor, pobreza, violência, corrupção e guerra são geradas pelo sistema econômico monetarista e de livre mercado (uma associação descabida), devido ao fato de ser orientado ao lucro, o que segundo o autor, gera crises e escassezes. Segundo ele este sistema reprime o progresso de tecnologias benéficas à sociedade e utiliza os recursos de forma irresponsável. Fresco defende a ideia de que a produção e a tecnologia sejam destinadas além dos limites lucrativos, o que supostamente propiciaria que os recursos estivessem disponíveis para mais pessoas, produzindo uma abundância de bens e serviços. Todo seu esquema ocorreria via um planejamento central comunitário.

O primeiro argumento de Fresco é a suposta “crise do capitalismo”  e remete a Grande Depressão. Nas palavras do escritor, a crise era injustificável, uma vez que milhares não tinham o que comer, embora existissem fábricas e recursos. Fresco, assim como os marxistas, culpam o mercado pelo colapso da economia mundial, o que é equivocado. Para narrar a crise, memorarei sua história. A grande depressão fora uma crise de superprodução, onde os sistemas de sinalizações contidas nos preços foram severamente distorcidos pela intervenção governamental. Em 1913, os EUA inaugurara o Federal Reserve System, com amplos poderes de expansão monetária. Após a primeira guerra mundial tornara os EUA o principal aliado na reconstrução da Europa ocidental, propiciando o aumento de sua produtividade a fins de manter o mercado externo. Com a reconstrução da indústria européia, não haviam tantos mercados disponíveis e sua industria teve de assimilar estes bens, o ocasionara uma deflação sistêmica, causando uma recessão.

Entretanto, ao invés de permitir a deflação, o FED aumentara a oferta de dinheiro a fins de contê-la. A quantidade de dinheiro disponível aumentara a demanda por bens e serviços igualando-a a quantidade de bens e serviços deflacionários, criando um equilíbrio aparente. Assim fora gerada uma estrutura de preços e lucros deturpada que induzira um grande numero de investimentos de longo prazo através de juros baixos, sem que houvesse poupança real disponível para sustentá-los. A consequência fora que o consumo constante criara um circulo vicioso de investimentos e demanda de crédito, propiciando o aumento da taxa de juros. O FED seguira com sua expansão monetária a fins de impedir a queda de juros para manter o ritmo de investimento. Porem toda esta ilusão monetária não duraria para sempre e em 1928 o nível dos preços começou a se elevar. Em contramedida o FED reduziu o ritmo de oferta monetária o que finalmente propiciara a elevação das taxas de juros. Os investimentos aparentemente lucrativos em longo prazo revelaram-se não lucrativos mediante as novas taxa de juros, acabando com boom, colapsando no crash da bolsa em 1929.

Portanto, a manutenção dos níveis dos preços em uma economia dinâmica pela interferência de um Banco Central é o inicio de seu colapso. Logo, o crack de 1929 jamais ocorreria sem a indevida intervenção estatal capaz de arruinar a economia e alargar os efeitos naturais da recessão com suas contramedidas. Estas mesmas intervenções foram vetores das crises de 1973, 1990, 2008 e 2011. Neste sentido, Fresco parece desconhecer as definições básicas das correntes econômicas. O livre mercado é contrário à existência de um banco estatal responsável pela  impressão de papel moeda sem lastro, como bem descreve Adam Smith em A Riqueza das Nações. A economia de livre mercado baseia-se no padrão ouro, ou seja: em riquezas reais e tangíveis e no cunho privado da moeda.  Diferentemente do que Fresco alega, o defensor de um Banco Central é na verdade Karl Marx, que teorizara tal suposta necessidade em O Manifesto do Partido Comunista, como uma das ferramentas exigidas para a transição dos poderes da burguesia para o proletariado.

Referências:

Hans Sennholz – A Grande Depresão

Murray N. Rothbard – A grande depressão americana

Adam Smith – A riqueza das nações

Karl Marx – O manifesto do partido comunista

adadaFresco esta correto ao atacar o FIAT money e ao citar os efeito catastróficos das crises financeiras, embora confunda suas origens, associando ao livre mercado.

Christiano di Paulla

Continuação: https://resistenciaantisocialismo.wordpress.com/2013/10/28/refutacao-a-economia-baseada-em-recursos-parte-2/ 

comentários
  1. […] Para ler desde o início: https://resistenciaantisocialismo.wordpress.com/2013/11/06/refutacao-a-economia-baseada-em-recursos-p… […]

  2. Dante disse:

    Há problemas em seu texto

    O FED é privado. Meio difícil se manter coerente, citando livros como referencias como se tivesse os lido, se em contra partida comete um erro desses. Pode se supor duas coisas, ou os autores dos livros que o senhor leu foram extremamente equivocados, e com um erro desses passa a ser correto um questionamento sobre o que mais pode estar incorrecto sobre a obra desse autores, ou a segunda hipótese é a presença da lista de livros apenas como forma de aparentar e tentar ostentar um conhecimento sobre o assunto que você não tem. Ja vou antecipar e colocar que Federal, representado na sigla pelo primeiro F, não significa que ele seja estatal, é possível associar legalmente qualquer adjectivo sem que a empresa tenha que cumprir com ele. Para não carecer em pelo menos uma fonte:
    http://en.wikipedia.org/wiki/Federal_Reserve_Bank

    Entendo que a fonte é passível de discussão, e questionamento, porém coloco apenas uma como convite para que se procure evidencias que comprovem este fato, e a melhor forma para fazer isto é mandar um email pedindo esta informação para eles http://fed.com/?page_id=2

    Ah e seria interessante, caso você de fato tenha lido os livros, citar passagens que reforcem sua argumentação. Para aquele que não leu o livro da fonte, é colocada uma situação de inercia frente a comprovação factual das afirmações. Quanto a explicação proposta por você já a conhecia (e discordo de alguns pontos propostos por esta explicação, acredito que ela toca muito parcialmente na questão e desconsidera muitos factores devido a uma inclinação de justificativa ideológica) e sinceramente achei que você a colocou de forma um tanto confusa, se você puder fazer um sistema de setas para explica-lo acredito que ficaria mais simples e acessível.

    • Sobre dizer que o FED é privado, isto é um mito divulgado em documentários da teoria da conspiração. Há uma grande confusão conceitual. O governo americano manipula a taxa de juros, câmbio e impressão de papel moeda através de decretos oficiais fazendo uso desta instituição. O FED é público mas tem parcerias privadas, visto que regula estas instituições e está aberto a capitais. Algo privado, somente é ordenado por seu proprietário e ninguém mais. Sobre citar os autores, são economistas formados e ganhadores de prêmios renomados como o nobel – o que não se aplica a um amador como Fresco (o que não tenho nenhum pudor em ressaltar). Dizer que são inválidos sem conhecer tais obras ou supor que não domínio o tema é uma falácia retórica. Sobre o texto, revisarei ao perceber qualquer necessidade.

  3. Alexandre Moraes disse:

    A chamada ciências econômicas é na verdade um sistema baseado em crenças e não uma ciência propriamente dita.
    O capitalismo e o sistema monetário atual funcionam de forma muito semelhante a um casino.
    Você não refutou absolutamente nada com seu artigo, que além de ruim e mal escrito, demonstra claro desconhecimento do que é uma EBR e não ter noção de quem é Jacque Fresco.

    E de fato durante a crise de 29 as pessoas estavam desempregadas e famintas e as fábricas vazias, isso é claramente desnecessário e irracional! Contra fatos não há argumentos, isso aconteceu, ainda acontece e vai continuar acontecendo enquanto existir capitalismo, pois para a manutenção do capitalismo é necessário haver ciclos econômicos entre crises e crescimento, isso é fato constatado historicamente!
    Obsolescência planejada é mentira?
    Guerras por interesses monetários não existem?
    Fome, miséria, escravidão e desigualdade são de mentirinha?
    esse sistema que você defente está claramente obsoleto e já se provou desnecessário!!
    Sua incapacidade de perceber isso é realmente assustadora!!!!

    • Ciências econômicas não são assim chamadas por mero fetiche. Caso fosse não seriam aceitas academicamente. Algo é científico quando sua teoria é posta em prática, revelando os mesmos resultados. A EBR é simplesmente um modelo puramente teórico que nunca fora colado em prática e que não obedece a nenhum rigor matemático. É apenas superstição pseudointelectual vinda de um sujeito leigo em economia que nem se graduou, mas tenta, sem recursos, ir contra milênios de conhecimento. Como dito, a crise de 1929 fora causada pelo FED e não pelo mercado, a obsolescência planejada sobre o livre mercado é um mito, basta analisar produtos de economia livre como japoneses vs economias planejadas como os chineses. Os produtos atualmente tendem a serem mais frágeis em função da tecnologia empregue. Celulares usam de microchips sensíveis, visto que estes são os mecanismos conhecidos para sua construção. Para assegurar sua durabilidade foram inventadas capas blindadas. Da mesma forma, produtos tem garantia e seguro. Já a fome e a miséria não existem em economias livres. Já sobre a desigualdade, nenhum de nós é igual nem jamais será. Sobre dizer que o que defendo é obsoleto e desnecessário, não é o que demonstram as nações ricas e desenvolvimentos, já o que Fresco defende, matou milhões nos primeiros anos da Revolução Russa, quando tentaram destruir o mercado e a propriedade privada.

    • Um ponto que você levantou (e não foi respondido) me chamou a atenção. Você disse, textualmente: “E de fato durante a crise de 29 as pessoas estavam desempregadas e famintas e as fábricas vazias, isso é claramente desnecessário e irracional!”. A questão é que não existe mágica com dinheiro. Se há uma crise e os recursos são escassos, as fábricas vão continuar vazias. Eu trabalho no financeiro de uma empresa e sei o que são contas que não fecham. Vemos pedintes em toda parte, gente passando fome e pedindo emprego. Vamos sair empregando todos? E depois, pagamos o salário como? Pagamos com vento?

      E isso tudo sem falar de aspectos práticos como: está cheio de gente sem emprego, Ok. Mas eles estão preparados para assumir um cargo na empresa? “Ah, basta treiná-lo”, diz alguém. Mas que maravilha! Como não pensamos nisso antes? Genial! Mas você sabe quanto custa um empregado parado, em treinamento, que não produz ou produz pouco? Certamente que não. E como sustentar esses custos em uma época de recessão?

      Os defensores do socialismo são tão acostumados com o assistencialismo e o esmolismo estatais que pensam que existe, em algum lugar, uma cornucópia, uma fonte infinita de dinheiro. “Ah, ele é um burguês capitalista, ele tem dinheiro”. Simples assim: o capitalista levanta uma pedra e encontra dinheiro embaixo dela. Simples como sair distribuindo bolsa-família.

      Mas de onde esse dinheiro vem, ninguém pergunta, ninguém quer saber. O resultado de usar esse dinheiro dessa forma? Ninguém faz idéia, não há projeção para longo prazo, o futuro não existe.

      Assim é muito fácil criticar e falar de “Economia”.

      • Como bem diz o economista brasileiro Rodrigo Constantino (algo levantado desde os primórdios da escola austríaca) não existe erro conjunto entre empreendedores. Quando eles erram, é em função de um fator maior: a intervenção do Estado sobre a economia. Em exemplo, quando um empresário comete o equívoco de usar determinada matéria prima nociva em sua manufatura, o que refletira na queda de seu lucro, uma vez que este erro seja detectado, somente ele pagará por isto. No máximo, entrará em falência, e seus funcionários ainda receberão valores referentes a seu trabalho. Não é possível que todos os empresários errem simultaneamente em suas tomadas de decisão. Por esta via, não haverá desemprego em massa, e eles poderão ser alocados em outros empreendimentos privados. Sobre a recessão, ela não seria nociva como a Grande Depressão, sem a interferência nociva do FED como bem demonstra a TACE (teoria austríaca dos ciclos econômicos). Houve um período deflacionário, (bom para consumidores ao contrário do que levantam economistas keynesianos) e os empregos seriam alocados com os recursos capitalizados previamente. O FED através de seus “estímulos econômicos” destruíram estes recursos forçando a investimentos ruins de longo prazo, gerando um circulo vicioso de crédito, consumo e investimentos fora do cálculo econômico. Para entender, sugiro que veja o vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=auqwQRBsxV0

  4. Orlando disse:

    Temos de entender, que se o governo ou o Banco Central agiu de forma contraditória, o fez em nome dos interesses econômicos de grupos privados, não foi em nome dos socialistas nem dos comunistas. A questão do estado intervir na economia e do mercado querer sua auto regulamentação independente “laises feire” esta vinculada a quem detem o poder do estado, ele não é uma peça solta. Os interesses privados estão vinculados ao estado assim como interesses de supostos grupos socialistas. No meu entendimento o que diferencia uma economia baseada em recursos, tanto do estado monetarista, quanto do estado socialista, são os paradígmas fundantes. Tanto o socialismo de via estatal, quanto o monetarismo, são resultantes condicionadas de uma visão econômica em que tudo no mundo era escasso. Não havia possibilidades técnicas de se produzir o bem estar para todos. O que se observa na EBR, é que do ponto de vista técnico, o bem estar pode ser generalizado, porém, os interesses econômicos vinculados aos grupos monetaristas ou estatais socialistas, bloqueiam o desenvolvimentos dessas novas tecnologias libertadoras. O carro a água é um exemplo, já foi inventado, já existe a tecnologia, mas os interesses econômicos ligados ao petróleo não deixa ele existir. O que está fazendo a miséria existir no mundo portanto, são os interesses econômicos ligados ao monetarismo e em menor escala aos estados vinculados ao socialismo que atuam dentro do sistema monetarista também, ou são donos de empresas vinculadas a tecnologias ultrapassadas. A Petrobras é um exemplo vinculante do estado Brasileiro. Não se trata portanto de ser socialista, trata-se de libertar a sociedade do que está impedindo ele de se desenvolver e o bloqueio ao desenvolvimento, está tanto dentro do estado monetarista, quanto dos interesses burocráticos socialista (ou não, pois capitalismo também tem burocracia), quanto do mercado livre, que ao mercadorizar tudo, põe inclusive o planeta em risco.

    • O Banco Central seja nos EUA ou em qualquer país controla a impressão de papel moeda, acima do lastro. Não é possível para bancos privados produzirem suas próprias moedas, baseadas em suas reservas minerais ou não. Desta forma, jamais estaria de acordo com os interesses privados, mas de acordo com um cartel gerido pelo Estado. Sobre as economias socialistas, elas assumem a mesma noção da EBR, de que os recursos não são escassos – o que não é verdade. Tanto recursos minerais, agrícolas ou animais são escassos por razoes, geológicas e biológicas. Por tal via, existe a produção agrícola e industrial, orientada pelos preços que funcionam como indicadores contáveis e matemáticos que servem para acentuar produção à demanda. Obviamente há possibilidade de produzir para todos, desde que as economias se ajustem a liberdade econômica. Todavia isto somente pode ser feito diante um cálculo, o que não ocorre em economias planificadas e que ignoram a dispersão do conhecimento, baseando-se somente em recursos. Sobre a miséria do mundo, não há vejo no Canadá, Austrália, Nova Zelândia, Suíça ou demais países orientados pelo mercado, pelo individualismo e pelo lucro. Mas vejo escassez, guerra, corrupção e miséria em países como Coreia do Norte, Venezuela, Bolívia, Zimbábue e Cuba, orientadas pela necessidade de uma economia centralizada baseada no suposto bem-estar da população.

      • Leandro disse:

        Oantisocialismo, eu não sei tanto quanto vocês nas ciências econômicas. Mas acho que 1% da população mundial jamais poderia ficar com 40% das riquezas porque não fizeram nada para merecessem isso e mesmo que tivessem feito não mereceria. Devem compartilhar a riqueza com os demais, a final de contas, todos nascemos na mesma casa: o planeta Terra. Abrir uma empresa e escravizar pessoas com 8 horas de trabalhos diários, forçando-as a manterem um sistema econômico opressor é algo que deveria ter sido abolido a muito tempo, há milênios.

        É muito fácil defender algo que fortaleça a competição entre as pessoas,como o capitalismo ou qualquer outra aberração similar, quando se teve oportunidade de crescer, quando já nasceu com a geladeira cheia de comida que se possa escolher o que é mais agradável ao paladar, quando não precisou ajudar no sustento do lar com 8, 9, 10 anos de idade.

        O capitalismos, o comunismo, fascismo… são diferentes do que o que propões Jacque Fresco. O que acho mais incrível nas idéias dele é que os seres humanos são estimuláveis e tendem a ser como os ambientes em que foram criados, que não deve haver hierarquia entre nós porque isso parte da ideia de competição, controle, tudo que é combustível para ambição, ganância e assim surja a corrupção e deslealdade.

        Coreia do Norte, Venezuela, Bolívia, Zimbábue e Cuba… tem poderes controladores sim porque tem pessoas que se consideram melhores e mais capazes que outras, que acreditam serem privilegiadas merecidamente pelo suposto dom do controle. Os outros países são bem sucedidos porque exploraram suas colônias, invadiram, fizeram gerra, mataram demais, escravizaram e continuam fazendo a mesma coisa, só que com um roupagem diferente.

        Você muito provavelmente critica a Economia Baseada em Recursos porque foi estimulado por pessoas que defendem o contrário. Deve ter crescido em um ambiente muitíssimo competitivo disfarçadamente bom ou não, mas que o tornou defensor de pessoas que por terem tido uma ideia (licita ou não, não interessa) de ganhar vantagem (dinheiro ou prestígio) sobre outras pessoas, merece fazer assim e ser gratificado ainda mais.

        Jacque Fresco é um dos maiores gênios da humanidade! Só é uma pena porque nós já estamos tão contaminados que não enxergamos o bem que poderíamos alcançar trabalhando em seus projetos.

      • Nada do que foi dito por você tem fundamento. O 1% da população que detém 44% das riquezas, só as detêm porque foram produzidas. Elas não existiam até então. O que os defensores da EBR não entendem (além de tudo sobre ciência econômica) é que o valor dos bens se deve a precificação subjetiva e não há quantidade de recursos naturais. Um quadro de Dali vale tanto quanto um caminhão da FORD, mesmo que não utilize uma fração de seus recursos naturais. Você diz: “devemos compartilhar a riqueza”. Não! Repartir o que é alheio, é roubo disfarçado por demagogia. O que deve-se fazer é criar riquezas, o que somente é possível pela alocação privada. Como eu disse nesta série de artigos. Sem propriedade privada não há operações contábeis a fins de alocar uma economia. Logo a EBR jamais funcionara, assim como o comunismo jamais funcionou. “Abrir uma empresa e escravizar pessoas com 8 horas de trabalhos diários” você disse, mas ninguém é forçado a nada disto. A pessoa pode simplesmente ir para o campo e viver do que planta. “É muito fácil defender algo que fortaleça a competição entre as pessoas,como o capitalismo, quando já nasceu com a geladeira cheia de comida que se possa escolher o que é mais agradável ao paladar(…)” Eis uma falácia do apelo a emoção. Famintos?! Não os vejo na Suíça, Singapura ou Canadá, embora existam aos montes nos países que mais se aproximam do comunismo e de ideias que visam extinguir a propriedade privada. E Jacques Fresco nunca estudou economia, nem sabe álgebra visto que não terminou o colegial…

  5. Marcelo disse:

    A teoria de mercado assume uma série de coisas que têm provado serem falsas, pouco benéficas, ou totalmente prejudiciais.
    Os problemas principais a serem considerados são os seguintes:

    A) A necessidade de “crescimento infinito”, que é matematicamente insustentável e ecologicamente prejudicial. Todo o fundamento do Sistema de Mercado não se baseia na gestão inteligente dos nossos principais recursos finitos neste planeta, mas, sim, na extração e no consumo perpétuos dos mesmos, em prol do lucro e do “crescimento econômico”. A fim de manter as pessoas empregadas, as pessoas devem consumir constantemente, independentemente do estado das coisas dentro do ambiente e, frequentemente, independentemente da utilidade do produto. Isto é exatamente o inverso daquilo que uma prática sustentável exigiria, que é a preservação estratégica e utilização eficiente dos recursos.

    B) O Sistema de Incentivos à “Geração de Corrupção”. Costuma-se dizer que o mercado competitivo cria o incentivo para agir em prol do progresso social. Enquanto isto é parcialmente verdade, isto também gera uma igual, se não, maior, quantidade de corrupção sob a forma de obsolescência planejada, crimes comuns, guerras, fraudes financeiras em grande escala, exploração do trabalho e muitos outros problemas. A grande maioria das pessoas na prisão, hoje em dia, está lá devido a crimes relacionados ao dinheiro ou a delitos não violentos associados às drogas. A maioria das legislações constituem-se no contexto de crimes de ordem financeira.

    Além disso, se alguém fosse examinar criticamente a história e investigar as biografias documentadas/as mentalidades dos maiores cientistas e inventores do nosso tempo, como N. Tesla, A. Einstein, A. Bell, os irmãos Wright, e muitos outros – seria verificado que eles não encontraram suas motivações na perspectiva de ganho monetário. O interesse de se ganhar dinheiro não deve ser confundido com o interesse de se criar produtos socialmente benéficos, coisas que muito frequentemente estão em desacordo.

    C) Um complexo industrial fragmentado e ineficiente, que desperdiça enormes quantidades de recursos e energia. Hoje em dia, com o advento da globalização, tornou-se mais rentável importar e exportar tanto mão de obra, quanto mercadorias, através do globo, do que produzir localmente. Importam-se bananas do Equador para os EUA e água engarrafada de Fuji, no Japão, enquanto as empresas ocidentais irão para o pobre terceiro mundo explorar mão de obra barata, etc. Da mesma forma, o processo de extração, para a geração de componentes, a montagem e a distribuição de um determinado produto, pode atravessar vários países para um único produto final, simplesmente devido aos custos de trabalho e produção / custos de propriedade. Esta “eficiência de custos” gera extrema “ineficiência técnica”, e é apenas justificável dentro do sistema de mercado, devido ao objetivo de poupar dinheiro.

    Em um MEBR, o foco é a eficiência técnica máxima. O processo de produção não é disperso, mas, sim, é feito de modo o mais centralizado e fluido possível, com elementos que se deslocam em muito menor quantidade, poupando o que poderia ser uma enorme quantidade de energia e de trabalho, se comparada aos métodos de hoje em dia. O alimento é produzido localmente sempre que possível (o que é, na maioria das vezes, dado pela flexibilidade da tecnologia atual de agricultura interior), enquanto toda a extração, produção e distribuição são logicamente organizadas para demandar o menor trabalho/transporte/espaço possíveis, enquanto estão sendo produzidos os “estrategicamente melhores” produtos possíveis. (Veja mais abaixo). Em outras palavras, o sistema é planejado para maximizar a eficiência e minimizar o desperdício.

    D) A propensão para “Instituições”. Muito simplesmente, as ordens corporativas/financeiras instituídas têm tomado parte na tendência de inviabilizarem a realização de adventos novos e socialmente positivos, quando há uma perda de quota de mercado prenunciada, lucro e, portanto, poder. É importante considerar a natureza fundamental de uma corporação e a sua necessidade inerente de autoperpetuação.

    Se uma pessoa abre uma empresa, contrata funcionários, cria um mercado e torna-se rentável, o que deste modo foi criado, em parte, é o meio de sobrevivência de um grupo de pessoas. A partir do momento em que cada pessoa neste grupo torna-se normalmente dependente de sua organização para obter renda, uma tendência protecionista natural é criada, ao passo que qualquer coisa que ameace a instituição, ameace, deste modo, o bem-estar do grupo/dos indivíduos. Esta é a estrutura de uma mentalidade “competitiva”. Enquanto as pessoas pensam na competição do livre mercado como uma batalha entre duas ou mais empresas em uma determinada atividade, elas geralmente perdem o outro nível – que é a competição contra as inovações que as tornariam obsoletas, por completo.

    A melhor maneira de aprofundar este ponto é simplesmente dar um exemplo, como é o caso do governo norte-americano e do conluio das “grandes empresas de petróleo”, para limitarem a expansão do Carro (totalmente) Elétrico (EV) nos Estados Unidos. Esta questão foi bem apresentada e fundamentada no documentário “Quem Matou o Carro Elétrico?” (Who Killed the Electric Car?). O ponto principal aqui é que a necessidade de preservar uma ordem estabelecida, objetivando o bem-estar daqueles na ‘função de pagamento’, leva a uma tendência inerente de sufocar o progresso. Uma nova tecnologia que possa tornar uma tecnologia anterior obsoleta será recebida com resistência, a menos que haja uma maneira do sistema de mercado absorver isto de modo lento, permitindo uma transição para as corporações (ou seja – a perpetuação dos carros “híbridos” nos EUA, em oposição aos totalmente elétricos, que poderiam existir, agora, em abundância.) Há, também, uma grande quantidade de evidências de que a FDA (Food and Drugs Administration – Administração de Alimentos e Medicamentos) tenha se envolvido em favoritismo/conluio com as empresas farmacêuticas, visando limitar/impedir a disponibilidade de medicamentos progressivos avançados que pudessem anular os existentes/lucrativos.

    Em um MEBR, não existe nada que impeça o desenvolvimento/a implementação de coisa alguma. Se for seguro e útil, será imediatamente implementado na sociedade, com nenhuma instituição monetária se opondo à alteração devido à sua natureza monetária de autopreservação.

    E) Uma obsolescência inerente que cria produtos imediatamente inferiores devido à necessidade de se manter “competitiva”. Este atributo pouco conhecido da produção é outro exemplo do desperdício que é criado no sistema de mercado. Isto é prejudicial o suficiente para que várias empresas dupliquem constantemente cada item em uma tentativa de fazer as suas variações mais interessantes objetivando o consumo público, mas a realidade mais imoral é que, devido à base competitiva do sistema, há uma certeza matemática de que cada bem produzido é imediatamente inferior no momento em que é criado, devido à necessidade de se reduzir a base de custo inicial de produção e, portanto, de manter-se “competitivo” contra outra empresa… a qual está fazendo a mesma coisa, pelo mesmo motivo. A velha máxima do livre mercado onde os produtores “criam os melhores produtos possíveis com os preços mais baixos possíveis” é uma realidade desnecessariamente imoral e prejudicialmente enganosa, na qual é impossível para uma empresa usar o material ou os processos mais eficientes na produção de qualquer coisa, pois deste modo seria muito caro manter uma base de custos competitiva.

    Eles simplesmente não podem fazer concretamente o “melhor estrategicamente”, é matematicamente impossível. Se eles o fizessem, ninguém poderia comprar, pois seria inviável devido aos valores embutidos nos materiais e nos métodos de mais alta qualidade. Lembre-se – as pessoas compram aquilo que podem. Cada pessoa neste planeta incorporou um limite de acessibilidade ao sistema monetário, então, isto gera um ciclo de retorno de constante desperdício através da produção inferior, para atender à demanda inferior. Em um MEBR, os produtos são criados para durar, com a expansão e a atualização de certos produtos construídos diretamente no modelo, com a reciclagem estrategicamente viabilizada, também, limitando o desperdício.

    Você notará que o termo “melhor estrategicamente” foi usado em uma afirmação, acima. Esta qualificação significa que os produtos são criados em relação ao estado do arranjo dos recursos planetários, com a qualidade dos materiais utilizados com base em uma equação, levando em conta todos os atributos relevantes, graus de diminuição, retroações negativas e afins. Em outras palavras, nós não usaríamos cegamente o titânio, digamos, em cada gabinete de computador produzido, apenas porque ele pode ser o material “mais forte” para o propósito. Esta prática limitada pode levar ao esgotamento. Preferivelmente, deveria haver um gradiente de qualidade do material o qual deveria ser acessado através da análise de atributos relevantes – tais como recursos equivalentes, índices de obsolescência natural de um determinado item, uso de estatística na comunidade, etc. Essas propriedades e conexões podem ser acessadas através de programas, com a solução mais estrategicamente viável, computadorizada e que dê vazão em tempo real. Isto é mera questão de cálculos.

    F) A propensão para o monopólio e para o cartel, devido à motivação básica do crescimento e da quota de mercado. Este é um ponto que os teóricos econômicos irão frequentemente negar, sob a suposição de que a concorrência aberta é autorreguladora, e de que os monopólios e os cartéis são anomalias extremamente raras em um sistema de livre mercado. Essa suposição de uma “mão invisível” possui, historicamente, pouca validade, para não mencionar a legislação marcante em torno da questão, o que prova a sua inviabilidade. Nos Estados Unidos tem havido numerosos monopólios, como a Standard Oil e a Microsoft. Os cartéis, que são essencialmente Monopólios por meio de conluios entre os maiores concorrentes em uma indústria, são também persistentes até os dias de hoje, embora menos óbvios para o observador casual. Em qualquer caso, o “livre mercado”, por si mesmo, não resolve esses problemas – ele sempre leva o governo a intervir e a dispersar os monopólios.

    Nesse aspecto, o ponto mais importante é que em uma economia baseada em “crescimento”, é natural para uma empresa querer se expandir e, portanto, dominar. Afinal de contas, esse é o fundamento da estabilidade econômica no mundo moderno – a expansão. A expansão de qualquer corporação sempre gravita em torno do monopólio ou do cartel, para, novamente, a diretriz fundamental da concorrência estar além do seu concorrente. Em outras palavras, o monopólio e o cartel são absolutamente naturais no sistema competitivo. De fato, é inevitável, mais uma vez, que o fundamento seja buscar o domínio sobre a quota de mercado. O prejuízo verdadeiro desta realidade vai voltar para o ponto acima – a inerente propensão a uma “Institucionalização” para preservar suas instituições. Se um cartel médico está influenciando o FDA, então, as novas ideias que anulam as fontes de renda do cartel irão, frequentemente, ser combatidas, independentemente dos benefícios sociais a serem frustrados.

    G) O sistema de mercado é conduzido, em parte, pela Escassez. Quanto menos houver de alguma coisa, mais dinheiro poderá ser gerado em curto prazo. Isso configura uma tendência das corporações a limitarem a disponibilidade e, portanto, a negarem a abundância de produção. Isto é, simplesmente, contra a natureza daquilo que impulsiona a demanda a criar abundância. As minas de diamantes de Kimberly, na África, foram designadas no passado a queimar diamantes, a fim de manterem os preços elevados. Os diamantes são recursos raros que levam bilhões de anos para serem criados. Isso não é nada, senão, problemático. O mundo em que vivemos deve ser baseado no interesse de se gerar abundância para a população mundial, junto à preservação estratégica e a métodos aperfeiçoados que permitam a abundância. Essa é a principal razão pela qual, a partir de 2010, há mais de um bilhão de pessoas passando fome no planeta. Isso não tem nada a ver com a incapacidade de se produzir alimentos, mas, sim, tem a ver com a necessidade inerente de se criar/preservar a escassez, por causa dos lucros em curto prazo.

    Abundância, Eficiência e Sustentabilidade são, muito simplesmente, os inimigos do lucro. Esta lógica da escassez também se aplica à qualidade dos produtos. A ideia de se criar algo que possa durar, digamos, um tempo de existência com pouco reparo, é um anátema para o sistema de mercado, pois isto reduziria os índices de consumo, o que desaceleraria o crescimento e criaria repercussões sistêmicas (perda de empregos, etc.). A característica de escassez do sistema de mercado não é nada, senão, prejudicial por estas razões, sem mencionar que sequer se presta ao papel da preservação eficiente dos recursos, que é frequentemente alegada.

    Enquanto a oferta e a demanda determinam que quanto menos existir de alguma coisa, mais ela será valorizada e, portanto, o aumento do valor irá limitar o consumo, reduzindo a possibilidade de “esgotamento” — o incentivo para se criar escassez, unido à recompensa inerente do curto prazo, a qual resulta da escassez orientada pelos preços nela baseados, invalida a ideia de que isto possibilita a preservação estratégica. Nós, provavelmente, nunca “esgotaremos” o petróleo no atual sistema de mercado. Preferivelmente, os preços ficarão tão altos que ninguém poderá arcar com estas despesas, enquanto as corporações que possuem o óleo remanescente farão uma grande quantidade de dinheiro a partir da escassez, independentemente dos desdobramentos sociais de longo prazo. Em outras palavras, manter os recursos escassos, existindo em valor econômico elevado a ponto de limitar o seu consumo, não deve ser confundido com preservação, a qual é funcional e estratégica. A preservação estratégica verdadeira só pode vir da administração direta do recurso em questão, considerando as aplicações técnicas mais eficientes do recurso na própria fábrica, não relações arbitrárias de preços superficiais, ausentes de distribuição racional.

  6. Baseado na ciência econômica, responderei a cada argumento na ordem da réplica:

    A – A “necessidade de crescimento infinito”. Em primeiro, o livre mercado não se baseia em crescimento infinito, uma vez que o consumo remete a necessidades subjetivas que são finitas. A lei de utilidade marginal, demonstra que na medida em que um produto é adquirido, novas unidades se tornam desnecessárias. Como demonstram os gráficos a respeito das econômicas globais, as nações desenvolvidas apresentam uma acentuado crescimento, enquanto as nações pobres e emergentes apresentam um crescimento elevado, tentando a queda gradativa até alcançarem a mesma acentuação. Em segundo, a gestão dos recursos finitos dentro do mercado é a única eficiente, visto que os preços funcionam como sinais contáveis para acentuar a produção à demanda – o que não existe em sistemas econômicos planificados. Em terceiro o consumo não se baseia em utilidades. Mulheres usam maquiagem sem que haja necessidade, mas simplesmente por uma noção subjetiva de valor: se sentem belas – o que melhora sua estima. Os produtos baseiam-se somente no que as pessoas desejam consumir. Limitar isto é limitar a natureza humana, o que é imortal e ditatorial. Sobretudo, ninguém é perfeito ao ponto de decidir o que seria “necessário” para o consumo de todos.

    B- Argumento: Sistema de incentivos a corrupção. Ao citar que a competição gera crime, tenho absoluta certeza que somente lera esta última postagem – o que se repete em todo seu texto. Em uma das postagens desta série, fora provado através de estatísticas que as nações mais competitivas possuem as menores taxas de violência, corrupção, salários elevados constantemente e a gradativa queda do valor de bens e consumo, além de não possuírem nenhum envolvimento com guerras, como no caso de Mônaco, Hong Kong e Singapura. Já os países mais distantes da competição de mercado, como Coreia do Norte, Congo, Angola, Venezuela, Honduras e Cuba são os mais envolvidos com a violência, prostituição, corrupção e concentração de renda. Sobre o interesse em ganhar dinheiro estar ligado ao progresso dos bens e serviços, temos desde a lâmpada ao computador doméstico e a internet.

    C- Argumento: Do complexo industrial fragmentado e ineficiente. Primeiramente, como bem demonstra a teoria jogos e da informação, o conhecimento e disperso e limitado. Como células, cada indústria usa destes conhecimentos tentando aproveitá-los ao máximo, visando oferecer um produto melhor que o concorrente. Caso um produto seja caro, não durável ou ruim será descartado por um consumidores assíduos, como ocorre no Canadá, Austrália, Japão etc. O criticado descarte de um celular de 1Ghz de processador por um dual core é o exemplo da melhoria das tecnologias via competição em um curto espaço de tempo. Também fora citado que que a globalização gera importação tanto quanto a exportação. Isto é obvio visto que existem tantas empresas espalhadas pelo mundo, quanto concentradas em qualquer nação. Recursos raros como o silício típico da América do Norte ou do Marfim africano não seriam encontrados no mundo todo se não fosse este intercambio onde habilidades de pessoas em nações distantes são combinadas no processo produtivo, gerando acessíveis a todos.

    No que concerne o emprego destes recursos, sugiro que pesquisa A história do Lápis. Sobre as empresas multinacionais, elas não exploram mão de obra barata, visto que empregam com salários mais elevados que a média nacional, além de produzir bem e produtos mais baratos já que não sofrem pelas cargas tributárias aduaneiras. O fato de uma empresa Alemã gastar menos com um salário em Angola se deve a problemas econômicos regionais como a desvalorização da moeda via inflação monetária, o que é provocado por governos interinos

    D- Argumento: propensão para Instituições. Diante o que é chamado de Império da Lei não há interferência governamental gerando privilégios como tarifas, subsídios, tributos discriminatórios e recursos oferecidos pelo governo, como é descrito na Riqueza das Nações de Adam Smith ou em Segundo Tratado do Governo Civil de Locke. Protecionismo econômico é uma doutrina criada nos EUA por Alexander Hamilton e mais tarde desenvolvida por Friedrich List entre os séculos XVIII e XIX em oposição a economia de livre mercado. Está nitidamente confundido escolas econômicas. Não há como preservar nenhum interesse particular, quando a competição é livre. Basta analisar o grande desenvolvimento das tecnologias digitais e da internet, visto que operam por livre concorrência, se comparando-as ao progresso das empresas de energia no Brasil, nitidamente obsoletas. O exemplo dado pelos automóveis evidencia-se equivocado quando analisamos o Japão e os Tigres Asiáticos com seus inovadores carros elétricos, ao contrário de economias sem competição como Cuba e Coreia do Norte que nem ao menos possuem meios para produzi-los.

    E- Suposição da necessidade de obsolescência na atividade competitiva produzindo recursos inferiores. Em primeiro o lucro não depende da quantidade de recursos ou trabalho empregue, mas da valorização subjetiva. Este é um erro similar a teoria marxista. Em exemplo, uma arte artesanal pode valer mais que outra dependendo não somente da habilidade do artista, mas da reação do público ao observá-la. Uma bicicleta pode usar 2 quilos de matéria prima, 30 horas para ser produzida e não agradar ao público, de forma que seu valor pode cair a zero. Outra pode ser produzida com 1,5 quilo das mesmas matérias primas e apenas 10 horas para ser produzida, mas agradando ao público pode valer $1000. Logo o valor dos bens, o que define o lucro não está nos custos ou tempo de produção, mas na aceitação do público que pagará por ele, o quanto considerar justo. Logo, o consumo baseia-se em custo/benefício. Produzir bens baratos e ruins para um público exigente é garantia de que não sejam vendidos, como ocorre em países de primeiro mundo.

    Sobre a redução de custos, ela ocorre naturalmente pelo desenvolvimento técnico. Não é algo possível de ocorrer de imediato seja em qualquer tipo de economia, visto que precisa de novos arranjos teóricos oriundos do capital intelectual. O primeiro computador teve um custo elevadíssimo e processava o mesmo que uma calculadora. Hoje, um computador milhões de vezes melhor, possui um custo menor para aquisição e manutenção, tal como ocorre com todo maquinário destinado a produção.

    F) Sobre a propensão para o monopólio tenhamos o caso do primeiro smarthphone. Ao surgir no mercado, apenas seu inventor possuía meios técnicos e direitos de propriedade intelectual pra produzi-lo. Este monopólio natural e justo (contrapor tais direitos é como distribuir pinturas de Picasso a outros autores, legando-lhe direitos autorais, porque pelo monopólio da técnica e inovação). Entretanto, com o passar do tempo, várias empresas começaram a produzir smathphones. Atualmente praticamente não existem celulares convencionais. Sobre os carteis, quando empreendedores visam criar uma associação pra garantir lucros elevados em um sistema de livre concorrência, a tendência única é ao desmantelamento da instituição. Neste cenário será extremamente vantajoso que um dos envolvidos ou um novo competidor oferte os bens ou serviços por um preço menor, tomando para si toda a clientela.
    Logo, o livre mercado resolve o problema dos monopólios e carteis por si mesmo. Todavia, no seu comentário, citara que o Estado precisaria intervir a fins de garantir a livre concorrência o que é nitidamente fantasioso. O único a gerar monopólios e carteis inquebrantáveis é o Estado. Quando o Estado oferta um serviço, ele tem um monopólio irredutível, uma vez que pode impedir a concorrência como ocorre no Brasil através dos Correios, empresas de água e energia. Quando o Estado define os competidores como ocorre no caso das empresas de transporte coletivo cria um cartel visto que não é possível transportar ninguém em um carro ou ônibus particular sem seu aval.

    G) A condução do mercado pela escassez. Diz que as corporações tendem a limitar os recursos e negar a abundancia da produção. Isto é uma confusão no que concerne o significado de escassez, inflação e deflação. A escassez que ocorre no mercado, nada mais é que algo natural, visto que os recursos terrestres são finitos. Por tais vias fora desenvolvida a agricultura e a indústria: a fins de satisfazer as necessidades das massas. No exemplo dado, o diamante em si já representa um recurso escasso que não pode ser produzido pelo engenho humano, ao contrário de manufaturas onde uma vez notada a lucratividade atrairá mais produtores. Caso o livre mercado limitasse a abundancia visando inflacionar os preços não teríamos produtos extremamente baratos como caixas de fósforo ou palitos de dentes. Na medida em que um mercado é extremamente aberto, a relutância em vender determinado produto permite a um concorrente abocanhar a maior parte do mercado, o que lhe garantirá maiores lucros. Neste sentido, cabe ressaltar que empresas que trabalham com bens raros e artigos de luxo somam uma ínfima fatia do mercado consumidor. Com isto, muitas empresas responsáveis por produzir bens escassos são compradas por empresas que produzem em massa como ocorrera com a Lamborghini que fora comprada pela Volkswagen. Isto jamais seria possível se a Volkswagen não lutasse contra seus competidores, produzindo para um número cada vez maior de forma mais eficiente e sustentável. Basta analisar produtos de um mercado competitivo como o Japão com produtos de um mercado restrito como a China.

    Sobre o motivo das pessoas passarem forme é exatamente o fato de não viverem em lugares orientados pelo mercado, mas baseados no planejamento central em sua utopia de sapiciencia a respeito dos agentes econômicos, recursos e técnicas de produção. As nações africanas, por exemplo foram tomadas pelo comunismo soviético ou por ditaduras que se impuseram como planejadoras da economia. Já nações africanas como Botswana que aderira ao livre mercado são aquelas que mais eliminam a fome e a pobreza na atualidade. São tais como ocorrera nos países afetados pela Revolução Chinesa (Hong Kong, Singapura e Taiwan) ou como ocorrera com a Coreia do Sul após a Guerra das Coreias que estavam miseráveis a algumas décadas e hoje se encontram no topo das superpotências seja em economia ou qualidade de vida.

    Conclusão: Na economia baseada em recursos, assim como o comunismo ou anarquismo tradicional não é possível alocara bens com eficiência, visto que não existem preços como operadores matemáticos tangíveis, baseados nas preferencias temporais e precificações futuras. Logo não é possível acentuar oferta e demanda, mesmo porque o conhecimento econômico é disperso e muda psiquicamente em uma velocidade intangível. Em qualquer sistema centralizado a dispersão do conhecimento em sua reciclagem constante e o problema de cálculo econômico geram problemas severos de alocação. A Rússia bolchevique tentou o mesmo, e sete milhões morreram dentro de um ano. Eles assumiram que o planejamento centralizado produziria abundancia, mas ao ignorar a escassez o que geraram fora a falta absoluta de bens e serviços. O erro técnico da economia baseada em recursos é o mesmo erro grotesco de qualquer outra economia planificada. O erro histórico é negar o progresso das economias baseadas no livre mercado como Suíça, Canadá, Nova Zelândia, Irlanda etc. e ignorar o fracasso de economias URSS, China, Coreia do Norte, Zimbábue e Cuba.

  7. Wiliam disse:

    O que acontece com países que não tem ouro, no padrão ouro defendido pelo livre mercado?

    • Elas não precisam exclusivamente de ouro, mas de um bem valorizado que esteja sob baixa quantidade ao ponto de torná-lo amplamente valorizado. Pode ser prata, bronze ou qualquer outra coisa. A questão não é do ouro em si, mas de uma quantidade limitada de moeda corrente, valorizando-a diante os bens e serviços.

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